História do DITA

A história da arquitetura DITA é a história das suas várias características importantes - modularidade, redação estruturada, tipologias de informação, separação entre conteúdo e apresentação, origem única, minimalismo, informações baseada em tópicos, informações orientadas por tarefas, reuso de conteúdo, processamento condicional, facilidade de localização de conteúdo, multicanal, publicação de componete, usabilidade, consistência, orientação a objetos, herança, especialização, XML simplificado.

Se você não compreende todas essas características da arqutietura DITA, pode ser que você não tenha analisado de forma apropriada o texto DITA Business Case - para sua organização, ou para você mesmo caso seja um redator profissional.

Você não precisa saber como fazer todas essas coisas para usar DITA, mas se não houver ninguém na sua organização que saiba o porquê de usá-las, isso pode ser um problema. Se você já estiver fazendo algumas dessas coisas, você irá querer saber como elas são incorporadas pela DITA.

Antes de 1960

 

O historiador da comunicação técnica, R. John Brockmann, identifica através de pesquisas que esforços para a documentação de produtos vêm sendo realizados há séculos. Ele descobre que algumas das ideias mais modernas relacionadas à documentação já estavam presentes nos trabalhos dos responsáveis pela criação, documentação e comercialização de tecnologias manufatureiras logo após a Guerra Revolucionária Americana. ( From Millwrights to Shipwrights to the Twenty-First Century: Explorations in a History of Technical Communication in the United States)

Os computadores atuais, com suas interfaces gráficas espetaculares, permitem-nos apresentar imagens virtuais animadas, mesmo modelos 3-D para ilustrar máquinas complexas. Mas esse não é a rotina do dia-a-dia de um redator técnico. Animações em Flash e computer-aided design (CAD) demandam habilidades mais próximas às de uma equipe de projetistas de jogos eletrônicos que às de um redator técnico solitário ou de um revisor.

Brockmann descobriu que imagens bidimensionais eram uma parte fundamental da documentação técnica no século XVIII.  E ideias modernas como modularidade já existiam na forma de documentos que eram estruturados como um conjunto de cartões montados como um livro. Também descobriu que trabalhos antigos eram muito centrados no usuário e orientado por tarefas, e que tiravam vantagem de conhecimentos que já estavam disponíveis aos usuários.

Parece que a maior parte das mudanças na documentação técnica atual é a influência direta do computador, e por algumas razões óbvias:

  • Documentação de software, incluindo ajuda online, tornou-se o paradigma dos redatores técnicos atuais.
  • Desde o surgimento da publicação eletrônica, dependemos radicalmente do computador para nos auxiliar na preparação de nossa documentação.
  • Teóricos da documentação de computadores pensaram estar em um novo campo e simplesmente reinventaram práticas em uso há muito tempo para explicar máquinas simples.


Anos 1960 e 70 - Aprendizado Programado, STOP, QRC, Organizadores Avançados, Mapeamento de Informações

 

Em Harvard nos anos 1960, o behaviorista B.F.Skinner previa que os computadores se tornariam as "máquinas que ensinariam". Suas ideias de "aprendizado programado" ainda influenciam os modelos atuais de eLearning. Seu trabalho requeria que conhecimetno fosse quebrado em blocos.

Hughes STOP - (Sequential Thematic Organization of Publications), ou Organização Temática Sequencial de Publicações, defendia uma abordagem baseada em storyboards apresentados em duas páginas. Um grande gráfico em uma página, com legendas claras, ilustra o texto explicativo principal na página oposta.

A marinha norte-americana publicou o método Quick Reader Comprehension (QRC), ou Leitura de Compreensão Rápida, em 1961. O método explicitava a importância de uma documentação modular que pudesse ser reestruturada e reusada para fins diferentes, talvez a primeira menção de Reuso.

David Ausubel foi o primeiro a propor Organizadores Avançados em 1960. Eram versões formais de um professor explicando aos alunos o que seria dito, depois dizendo, e por fim contando o que foi dito, um sumário, no método clássico de aprendizado em três etapas. Ausubel defendia imagens e títulos e subtítulos claros que revelassem a estrutura de um documento.

Em meados dos anos 60, Robert Horn (vencedor de um ACM SIGDOC Lifetime Achievement Award for Documentation) desenvolveu técnicas de Mapeamento de Informações e fundou uma empresa de mesmo nome (Information Mapping). "Tipos de Informações" comuns foram identificadas em dúzias de tipos de documentos padrões, como manuais de usuário, manuais de políticas e procedimentos, relatórios anuais etc. A identificação de tipos padronizados de informação está no coração da arquitetura DITA (Darwin Information Typing Architecture).

No fim dos anos 60, Charles Goldfarb, Edward Mosher e Raymond Lori (cujas iniciais foram utilizadas por Goldfarb para formar o acrônimo GML) criaram para a IBM a Generalized Markup Language para documentos. Em 1974, a GML tornou-se SGML, com a ajuda de Yuri Rubinsky e outros. SGML foi, por vários anos, a linguagem padrão utilizada para documentos estruturados na indústria militar, aero-espacial e em grandes companhias de software. Ela se tornou a base da especificação DocBook.

Em 1973, David Wooley na Universidade de Illinois desenvolveu PLATO Notes, um tipo de painel de mensagens. Tópicos eram postados e usados como a base de uma comunidade online que dava suporte ao sistema de compartilhamento de tempo PLATO. Ray Ozzie usou o PLATO Notes quando era um estudantes em Illinois e em 1990 criou o Lotus Notes, incluindo algumas funcionalidades do PLATO Notes.

 

Anos 1980 - SGML, Orientação por Tarefas na IBM, Publicação Eletrônica, Macintosh Documentation Guidelines e Ajuda Online

 

Em 1980, o comitê de padronização da ANSI para processamento de informações publicou o primeiro rascunho do padrão SGML. SGML foi, por vários anos, a linguagem padrão utilizada para documentos estruturados na indústria militar, aero-espacial e em grandes companhias de software. Ela se tornou a base da especificação DocBook.

Em 1981, uma equipe na IBM conduzida por Fred Bethke atentou para uma nova "orientação por tarefas" na documentação de softwares de computadores. O relatório que publicaram, IBM Improving usability of publications (1981), contrastou documentos que refletiam a arquitetura dos sistemas de software. Eles perceberam que usuários tinham que entender previamente o software para encontrar a ajuda que precisavam. Usuários menos experiente ficavam perdidos. Uma outra abordagem era a documentação orientada por perfis de usuários. Mas a nova ideia para Bethke era a orientação por tarefas, que se preocupa com as tarefas que as pessoas realizam com mais frequência nos programas de computador, indepentemente de suas funções, e foca na informação necessária para realizar tais tarefas.

Em 1981, o Interleaf introduziu a publicação eletrônica para a construção e composição de documentos. Incluía processador de textos, gráficos, diagramas, tabelas, equações, edição de imagens e layout automático de página. O Interleaf gerava índices e tabelas de conteúdo para livros automaticamente, e incluia funcionalidades para processamento condicional de conteúdo.

Em 1983 O laboratório da IBM em Santa Teresa publicou Producing Quality Technical Information (atualmente indisponível), orientações para a redação técnica, a maior parte específica para a IBM e para a documentação de software. A equipe de redatores incluía Fred Bethke, cujo artigo anterior IBM Publishing Guidelines já havia estabelecido a importância da orientação por tarefas. Eles identificaram sete características de qualidade: orientação por tarefas, organização, pontos de entrada, clareza, comunicação visual, precisão e completude.

Em 1984, a nova Apple Macintosh foi uma revolução na interface de usuário dos computadores e uma revolução similar para a documentação de computadores. A interface para os documentos passou a ser WYSIWYG (what you see is what you get, ou "o que você vê é o que você tem", ao imprimir o documento). Nascia a Publicação Eletrônica economicamente viável. O primeiro programa DTP (publicação eletrônica), o MacPublisher que custa à época US$99, foi criado por Bob Doyle, no ano do Mac. Aldus (que mais tarde se tornaria Adobe) Pagemaker surgiu em 1985. Estas ferramentas levaram os redatores técnicos a inserirem estilos em seus documentos e mesmo a diagramar o conteúdo na página. Neste momento o pensamento DTP torna-se o maior inibidor do reuso de conteúdo, misturando o conteúdo com a apresentação.

O novo Macintosh Documentation Guidelines trazia três seções. Uma visão geral de Aprendizado, com tutoriais que introduziam novos conceitos e funções, uma ampla seção sobre Uso com descrições de como realizar tarefas, e uma seção de Referências do programa. Neste momento, livros bem escritos sobre computadores (por exemplo os publicados pela O´Reilly) passam a apresentar Aprendendo (por exemplo, Aprendendo PHP), Usando (por exemplo, Programando PHP), e vários volumes de Guias de Referência.

Observe como Aprendendo, Usando e Referência se relacionam perfeitamente com os três tipo de informação básicos da DITA especificados a partir da estrutura básica de um tópico DITA - Conceito (Concept), Tarefa (Task) e Referência (Reference). E note que seção "Usando" da Macintosh era orientada por tarefas, exatamente como a IBM recomendava.

Em 1984, a Lotus apresentou sua planilha eletrônica 1-2-3, que mais tarde foi o primeiro software a usar a tecla F1 para invocar uma ajuda online baseada em tópicos e sensível ao contexto.

Em 1986, o FrameMaker foi apresentado no Sun OS. Este programa DTP foi projetado para documentos extensos, como livros. Tornou-se muito popular entre redatores técnicos profissionais e por US$2500 era um grande competidor para o, bem mais caro, sitema da Interleaf.

Em 1987, Ralph Walden escreveu o primeiro sistema de ajuda online da Microsoft, o QuickHel, para o MS-DOS. Mais tarde, ele viria a desenvolver o WinHelp e o HTML Help.

Em 1986, R. John Brockmann publicou o artigo Writing Better Computer User Documentation (Escrevendo Melhores Documentações para Usuários de Computadores). Brockmann descreveu as mudanças necessárias para se passar da documentação em papel para a documentação online. Ele destacou a nova abordagem orientada por tarefas, que limita a informação ao que é necessário para a realização de uma única tarefa, considerando que o usuário pode encontrar outras informações genéricas em algum outro lugar, ou mais provável, já as conhece.

Em 1988, o fundador da SoftQuad Yuri Rubinsky deu a Peter Sharpe, seu amigo de escola, a tarefa de desenvolver o Author/Editor para SGML, o primeiro aplicativo especializado para a edição de arquivos SGML.

Em 1989, Bob Horn publicou Mapping Hypertext, um livro extraordinário com ilustrações fantásticas - todas desenhadas pelo próprio Horn - exibindo o tipo de escrita estruturada que a Information Mapping estava propondo para todas as documentações. Este ainda é um dos livros mais importantes na história da documentação em geral (não é sobre documentos referentes a computadores). O livro descreve os sete tipos de informação de um documento estruturado - classificação, conceito, princípio, procedimento, processo, estrutura e fato. Horn se inspirou no famoso trabalho do professor de Harvard George Miller sobre o Magical Number Seven (mais ou menos dois) como o número de coisas que podem ser aprendidas facilmente de uma só vez.

A especialista em aprendizado Dr. Ruth Clark mais tarde resumiria estes tipos a cinco - conceito, principio, procedimento, processo e fato - seus tipos de informação para Treinamento e eLearnig - em seus workshops e no livro Developing Technical Training: A Structured Approach for Developing Classroom and Computer-based Instructional Materials. Mas Clark diz que sua ideia para os cinco tipos veio do teorista instrucional M.David Merrill e sua "Matriz de Performance-Conteúdo", e não da Information Mapping.

 

Anos 1990 - Minimalismo na IBM, Windows Help, and XML

 

Em 1990, o MIT Press publicou os resultados de uma pesquisa de outra equipe da IBM liderada por John M. Carrol. O livro de Carrol, The Nurnberg Funnel introduziu a ideia do minimalismo na redação técnica. Foi a orientação por tarefas levada ao extremo. Minimalismo significa pequenos blocos de conteúdo não-lineares que podem ser lidos em qualquer ordem. Enfatiza a leitura Para Fazer, e não Para Conhecer ou Para Aprender, definição introduzida inicialmente por Ginny Reddish. O minimalismo atacava a abordagem padrão de sistemas de aprendizado de Gagne e Briggs, com suas decomposições hierárquicas de objetivos de aprendizado, que se mantém até hoje como um padrão em sistemas de aprendizado. E enfatizava o tratamento de erros quando os usuários não conseguiam realizar determinada tarefa.

O Minimalismo incluiu a abordagem anterior da IBM baseada em tarefas, e limitou as instruções ao mínimo necessário para se realizar uma tarefa individual, considerando que o usuário pode encontrar informações genéricas em alguma outra fonte, ou, mais provavelmente, já deve ter conhecimento sobre elas.

William Horton publicou Designing and Writing Online Documentation: Help Files to Hypertex em 1990. O texto contém referências claras à maioria dos conceitos importantes em redação técnica - orientação por tarefas e conteúdo baseado em tópicos, origem única e reuso, e processamento condicional. Horton apresentou novos nomes para redatores técnicos - "combinador de documentos" e "escritores de tópicos". Os tópicos de Horton tinham frases descritivas, transições suaves e sumários. Estes componentes são difíceis de serem elaborados em tópicos online que são escritos para serem lidos em qualquer ordem e não há um início um meio e um fim (p.216).

Também em 1990, Microsoft apresentou o WinHelp 1.0, desenvolvido por Ralph Walden, Cheryl Zubak e outros.

Em 1991, Ed Weiss produziu um livro - How To Write Usable User Documentation

(Como Escrever Documentações de Usuário Úteis) - em documentação estruturada e modular que era, por si só, um excelente exemplo de documentação estruturada e modular, seguindo bem de perto a metodologia STOP desenvolvida nos anos 60.

Em 1991, a Sun Microsystems apresentou o FrameBuilder, uma versão do FrameMaker com suporte adicional a SGML.

Em 1991 Arbortext lançou o Adept, seu editor SGML, mais tarde conhecido como Epic e, finalmente, simplesmente Arbortext, quando a Arbortext foi adquirida pela PTC.

Em 1992 a Blue Sky Software lançou o RoboHelp, uma ferramenta de construção de ajuda online (Help Authoring Tool ou HAT). Mais tarde eles mudaram o nome da empresa para  eHelp. A eHelp foi comprada pela Macromedia, inicialmente por causa da ferramenta RoboDemo baseada em Flash (atualmente chamada de Captivate). O RoboHelp foi descontinuado, mas após a aquisição da Macromedia pela Adobe, o RoboHelp se tornou uma parte importante da Technical Communication Suite da Adobe, que inclui também o FrameMaker.

Em 1992, na Lotus, uma equipe de especialistas em assistência ao usuário começou a projetar um design único para a ajuda online da suite de escritório SmartSuite e para o Lotus Notes. John Hunt (1-2-3), Janet Smith (Freelance Graphics), Bryan Steh (Word Pro) e Susanna Doyle (Notes) criaram um design básico com seis tipos de tópicos: visão geral, sensível ao contexto, passos, detalhes, exemplos, glossário e referência. O projeto usou o Notes para o gerenciamento do conteúdo e templates do WordPro para a edição, com origem única e saídas múltiplas para uma variedade de formatos de entrega.

Em 1992, o padrão HyTime para hypermedia e conteúdos baseados em tempo (uma aplicação da arquitetura SGML) identificou problemas com a referência entre tipos de documentos, que basearam o mecanismo de especialização na especificação DITA. 

Em 1994, JoAnn Hackos publicou o marcante Managing Your Documentation Projects (Gerenciando Seus Projetos de Documentação), revisado e republicado como Information Development: Managing Your Documentation Projects, Portfolio, and People (Desenvolvimento de Informação: Gerenciando Projetos, Portifólio e Equipes de Documentação) por Wiley em 2006. Completamente voltado à orientação por tarefas, o livro de Hackos descrevia apenas três tipos de informação - conceito (concept), procedimento (procedure) e referência (reference) (p.236). Parece uma combinação dos setes tipos da Information Mapping, os cinco tipos simplificados de Ruth Clark e os três componentes das Apple Macintosh Documentation Guideline.

No meio dos anos 90, a equipe de Yuri Rubinsky na SoftQuad (criadores de um dos primeiros e mais populares editores HTML, o HoTMetaL), envolveu-se no desenvolvimento de uma linguagem de marcação promissora, algo entre a extraordinariamente complexa SGML e a nova e popular HTML (Hypertext Markup Language) para páginas web (o HoTMetaL foi o precursor do atual XMetaL da Justsystems). O HTML foi um desastre do ponto de vista da estruturação e reuso de documentação de componentes, basicamente por combinar marcas de apresentação com marcas de estrutura. A nova linguagem de marcação era a XML (eXtensible Markup Language), e a SoftQuad um dos primeiros editores XML, o XMetaL.

Em novembro de 1995, John Carrol conduziu um workshop patrocinado pela Society of Technical Communication (STC) para avaliar o desenvolvimento do Minimalismo ao longo dos anos desde o Nurnberg Funnel. Carroll convidou seus grandes amigos - R. John Brockmann, David Farkas, JoAnn Hackos, Hans van der Meij, Janice C. (Ginny) Reddish e outros.

Em 1995 a Adobe comprou o FrameMaker e o FrameBuilder, que vieram a se tornar o FrameMaker + SGML, e mais tarde Structured FrameMaker, atualmente incluído em toda cópia do FrameMaker, apesar de ser usado apenas por um pequeno percentual de redatores técnicos. A maioria dos redatores continua preferindo documentos não-estruturados.

Em 1995 os fundadores da CNET Halsey Minor e Jonathan Rosenberg construíram seu próprio sistema de gerenciamento de conteúdo e introduziram uma série de capacidades da atual DITA, como o reuso de conteúdo e personalidade.

Em Toronto, em 1996, uma equipe de documentação da IBM, que incluía Michael Priestley, Bob Fraser, Dennis Bockus e Jamie Robertos, estava desenvolvendo um novo sistema de ajuda para a nova linha do software VisualAge da IBM. Roberts recém retornara de uma graduação na Universidade de Waterloo e participou de uma sessão de brainstorming para definição de alguns tópicos básicos de informação para o novo Help. Ele se inspirou na ajuda online do Lotus 1-2-3, que, na época, tinha a reputação de ser muito bom do ponto de vista da "experiência do usuário".O Help do Lotus incluía procedimentos (chamados de "passos") e uma visão geral (conceito). Roberts rascunhou "conceito, tarefa e referência" em um guardanapo, passou a Bockus para que fosse implementado e nascia uma nova arquitetura para a documentação de ajudas online. Não havia novidade em um novo sistema de ajuda orientado por tarefas e agrupados em tópicos. A novidade é que esta arquitetura passaria a ser uma estrutura simplificada em XML conhecida como DITA, com contribuições significativas da Lotus, que acabava de ser adquirida pela IBM. E a arquitetura deveria ser tanto baseada na Web como entregável em formato PDF.

Após o lançamento do Windows 95 e do WinHelp 4, em 1996, Scott Boggan, David Farkas, e Joe Welinske escreveram Developing Online Help for Windows 95 (Desenvolvendo Ajuda Online para o Windows 95). Era fortemente orientado por tarefas e baseado em tópicos. Mas o conceito (visão geral) era apenas um dos 10 tipos de tópicos padrões, que não incluíam "referência", mas incluíam de forma inteligente erros e tratamentos.

Em 1996, a IBM assinou um acordo de longo prazo para o uso do editor Arbortext Adept para a criação de documentos SGML internos.

Em 1997, a Microsoft lançou o Compressed HTML Help (.CHM), baseado em HTML compilado, imagens e Javascript.

Em 1998, JoAnn Hackos and Ginny Reddish publicaram a referência definitiva em termos de análise de tarefas, User and Task Analysis for Interface Design (Análise de Usuário e Tarefa para o Design de Interface), e John Carrol publicou uma edição de procedimentos de seu workshop de 1995, Minimalism Beyond the Nurnberg Funnel (Minimalismo Além do Numberg Funnel), com grandes contribuições de Hackos and Reddish.

Em 1998, a IBM revisou seu guia de redação técnica PQTI, renomeando-o para Developing Quality Technical Information (Desenvolvendo Informação Tècnica de Qualidade). A equipe de redatores foi conduzida por Gretchen Hargis e incluiu apenas um membro da equipe do PQTI, Polly Hughes. Agora eles citavam nove características de qualidade - precisão, clareza, completude, concretude, organização, recuperabilidade, estilo, orientação por tarefas e efetividade visual. Observe que a oritanação por tarefas caiu da primeira para oitava posição de nove características de qualidade.

 

Anos 2000 - IBM DITA e o Open Toolkit

 

Em março de 2001, a IBM apresentou a arquitetura DITA como uma série de artigos no developerWorks sobre ua nova versão simplificada de XML para documentação. A intenção era de que a DITA substituísse o IBM ID Doc, uma versão interna do SGML usada para suporte técnico. Enquanto o XML se desenvolvia como método para intercâmbio de dados (protocolos RSS e SOAP), tinha pouca aplicação como linguagem de marcação de documento. A DITA era uma tentativa de criar um conjunto inicial de XMLs simplificados para a marcação de documentos, projetado de forma a encorajar o reuso de pequenos componentes de conteúdo. As ideias principais eram ser mais simples que o complexo SGML e ao mesmo tempo poder ser usado online.

O objetivo da DITA era formalizar práticas de "tipificação de informações", tanto em meio impresso quanto online, e também permitir a extensão da arquitetura de tipos de informação através da especialização de tópicos básicos. Os mapas DITA foram uma forma de padronizar a publicação de coleções de informação e a modelagem de arquiteturas/estruturas de informação. A DITA era conhecido inicialmente como MITA, de Mendel Information Typing Architecture, enfatizando a orientação a objetos da nova arquitetura, com sua "herança" e evolução de estruturas de tópico através de especialização. Como MITA já era em parte um acrônimo proprietário, a IBM mudou para Darwin e DITA. 

Em maio de 2002, a IBM adicionou a especialização de domínio à especialização de tópicos, e demonstrou esta especialização na prática com o Open Toolkit, uma implementação de referência da publicação DITA, com um conjunto inicial de folhas de estilo XSLT. A IBM encorajou os fabricantes de ferramentas de editoração a integrar o Open Toolkit como forma de publicação DITA, e a maioria dos fabricantes o fez.

JoAnn Hacckos publicou em 2002 o Content Management for Dynamic Web Delivery (Gerenciamento de Conteúdo para Entrega Dinâmica na Web). Ela descreveu a criação de um modelo de informação (conteúdo) e o desenvolvimento de tipos de informação como procedimentos, conceitos, avisos, especificações, e outros. Michael Priestley, o arquiteto da especialização da DITA, e Dave Schell, o principal catequizador em DITA da IBM à época, escreveram uma de três páginas sobre DITA, talvez a primeira menção oficial em um livro. Eles dissecaram a orientação por tópicos, tipos de informação, especialização, herança, e duas arquiteturas, uma para informação e outra para especialização. Hackos menciona brevemente o software AutoCAD Learning Assistance que ela e o guru do aprendizado Wayne Hodgins desenvolveram para a Autodesk. O software foi batizado de forma inteligente como CPR, por sua interface em três abas para conceito, procedimento e referência.

Em 2003, foram publicados dois livros sobre origem única (single sourcing) e reuso de conteúdo, Single sourcing: Building Modular Documentation, de Kurt Ament, e Managing Enterprise Content, de Ann Rockley.

Em 2003, a IBM publicou uma segunda edição de Developing Quality Technical Information, de Gretchen Hargis e outros. Dessa vez as nove características de qualidade foram rearranjadas novamente, reposicionando a orientação por tarefas em primeira posição. Mais importante, adicionaram um capítulo introdutório defendendo a estruturação do conteúdo em tipos separados de informação, especificamente: tarefa, conceito e referência. (Observe a ordem correta dos três tipos básicos de informação do DITA). Este livro é todo sobre DITA, apesar de não mencionar o nome explicitamente, provavelmente porque a IBM estava usando a DITA internamente, e ainda não estava compartilhando-o com o resto do mundo, quando o livro foi escrito.

 

OASIS DITA

 

Em abril de 2004, a Organization for the Advancement of Structured Information Standards (OASIS), formou um comitê técnico (Technical Committee ou TC) para explorar um padrão DITA. o TC incluía fabricantes de ferramentas XML, consultores em Arquitetura de Informação e Sistemas de Gerenciamento de Conteúdo (SCM), e usuários finais do DITA DTD (Document Type Definitions) e Schemas necessários ao novo padrão DITA.

Em fevereiro de 2005, a IBM doou o Open Toolkit, uma versão limitada da sua ferramenta interna Information Developers Workbench, ao SourceForge. A IBM continua desenvolvendo o OT, o qual não faz parte dos trabalhos do OASIS DITA Standard.

DITA 1.0

A especificação DITA 1.0 foi aprovada como um OASIS Standard em junho de 2005.

DITA 1.1

A especificação DITA 1.1 foi aprovada em agosto de 2007, incluindo uma nova especialização para Bookmap.

DITA 1.2

A especificação DITA 1.2 é esperada para algum momento de 2008. Esta versão incluirá aprendizado estruturado, criação de Learnig Objects com DITA, que será compatível com padrões de eLearnig como o SCORM.

Referências

From Millwrights to Shipwrights to the Twenty-First Century: Explorations in a History of Technical Communication in the United States, by R. John Brockmann.

History of Outlining (and STOP).

Quick Reader Comprehension (1961).

Hughes STOP - Sequential Thematic Organization of Publications (1965).

IBM Improving usability of publications (1981). Task-orientation HTML version

Writing Better Computer User Documentation (1986)

Mapping Hypertext, Robert Horn, Lexington Institute (1989).

Developing Technical Training: A Structured Approach for Developing Classroom and Computer-based Instructional Materials, Dr. Ruth Clark (1989, 2nd edition, 1999).

Designing and Writing Online Documentation: Help Files to Hypertext, by William Horton (1990).

The Nurnberg Funnel, John M. Carroll, MIT Press(1990).

How To Write Usable User Documentation, by Edmond Weiss, Oryx, (1991)

Managing Your Documentation Projects, by JoAnn Hackos (Wiley, 1994).

Developing Online Help for Windows 95, by Scott Boggan, David Farkas, and Joe Welinske, (Solutions, 1996).

Standards for Online Communication, by JoAnn Hackos (Wiley, 1997).

Robert Horn, Visual Language (1998).

User and Task Analysis for Interface Design, by JoAnn Hackos and Janice C. (Ginny) Reddish (1998).

Minimalism Beyond the Nurnberg Funnel, John Carroll, MIT Press(1998).

Two approaches to modularity (1999). Robert Horn compares structured writing to Hughes STOP.

Review of the Nurnberg Funnel (1999) Robert Horn compares structured writing to Minimalism.

The Impact of Single Sourcing and Technology, Ann Rockley, 2001.

Cisco/Clark Reusable Learning Objects.

Content Management for Dynamic Web Delivery, by JoAnn Hackos (Wiley 2002).

Managing Enterprise Content, by Ann Rockley, New Riders, 2003.

Single sourcing: Building Modular Documentation, by Kurt Ament, Andrew Publishing, 2003.

Robert Horn Powerpoint on Visual Language.(2003).

Developing Quality Technical Information: A Handbook for Writers and Editors (2nd Edition) , by Gretchen Hargis, Michelle Carey, Ann Kilty Hernandez, Polly Hughes, Deirdre Longo, Shannon Rouiller, Elizabeth Wilde (IBM Press, Information Management Series, 2004).

Information Development: Managing Your Documentation Projects, Portfolio, and People, by JoAnn Hackos (Wiley, 2006).

 

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